No período recente de 2023 a 2025, o Brasil consolidou uma trajetória de crescimento robusto em energia limpa, fortalecendo sua posição no cenário global de transição energética. Este artigo explora dados, políticas e impactos econômicos que sustentam essa revolução verde.
O avanço da transição energética internacional ganha força durante fóruns como a COP-30, prevista para 2025 em Belém (PA). O Brasil, reconhecido como referência no Sul Global, assume papel protagonista ao alinhar-se às metas de limitar o aquecimento a +1,5°C.
Em 2023, foram aplicados US$ 34,8 bilhões em projetos de renováveis, captura de carbono, hidrogênio verde e veículos elétricos. Esse montante reflete o compromisso nacional com a agenda climática de longo prazo.
O setor de energia solar e eólica segue como principal destino de recursos privados e públicos no Brasil. Somente em 2024, os investimentos em solar e eólico somaram R$ 77 bilhões, registrando crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior.
A indústria solar instalou impressionantes 14,3 GW em 2024, representando um aumento de 30% no aporte financeiro, totalizando R$ 54,9 bilhões.
A expansão das renováveis gera efeitos positivos na economia e na sociedade. A região Nordeste, com alta incidência solar e ventos constantes, destaca-se como epicentro de geração renovável nacional.
Além de fortalecer cadeias produtivas, a adoção de energia limpa gera oportunidades de emprego em montagem, operação e manutenção de usinas solares e eólicas. Estima-se que a economia residencial chegue a 98% de economia na conta de luz para consumidores que aderem a financiamentos verdes.
Apesar dos avanços, o setor eólico registrou queda de implantação em 2024 (3,2 GW vs. 4,8 GW em 2023), evidenciando desafios logísticos e regulatórios. A expansão de linhas de transmissão e a agilização do licenciamento ambiental são urgentes para sustentar o ritmo de crescimento.
Outro obstáculo é a necessidade de políticas públicas de longo prazo e de financiamento sustentável e resiliente, essencial para viabilizar projetos de grande escala e novas tecnologias.
O Brasil firmou compromissos ambiciosos (NDCs) alinhados ao Acordo de Paris. Programas federais, como o Plano Nacional de Hidrogênio, triplicaram investimentos e fomentam pesquisas para viabilizar cadeias de valor. Em 2024, o Banco da Amazônia (BASA) destinou R$ 4,5 bilhões ao setor empresarial verde, com metas de ampliação para 2025.
A linha FNO Energia Verde financia 100% do projeto para pessoas físicas, com valores de R$ 10 000 a R$ 100 000 e prazos de até 8 anos, democratizando o acesso à energia solar e potencializando a justiça energética.
Entidades como a ABSOLAR e a Global Renewables Alliance atuam em conjunto com consultorias e investidores para articular políticas favoráveis e aportes financeiros. A Brazil Energy Conference de junho de 2025 discutiu descarbonização, hidrogênio verde, IA e justiça energética, reforçando o Brasil na vanguarda do debate global.
O protagonismo estadual, exemplificado pelo Piauí como terceiro maior produtor nacional, ilustra a força local em escala internacional.
O Brasil vive um momento decisivo na agenda verde, impulsionado por investimentos recordes e políticas inovadoras. A combinação de fatores naturais, governança eficiente e engajamento privado e comunitário cria um ambiente propício para consolidar o país como líder global em energia limpa. Com desafios ainda a superar, a trajetória é promissora e indica que a transição energética brasileira continuará sendo referência para o mundo.
Referências