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Agronegócio mantém liderança em exportações brasileiras

Agronegócio mantém liderança em exportações brasileiras

03/09/2025 - 06:13
Maryella Faratro
Agronegócio mantém liderança em exportações brasileiras

Em 2025, o agronegócio brasileiro consolidou-se como o grande motor da economia nacional, mantendo sua posição de destaque no cenário internacional. Com números recordes e uma participação cada vez maior na balança comercial, o setor demonstra capacidade de inovação e adaptação que o coloca na vanguarda das exportações.

Panorama das exportações do agronegócio

Entre janeiro e abril de 2025, o Brasil exportou um total de novo recorde histórico de US$ 52,7 bilhões em produtos do campo, registrando alta de 1,4% em relação ao mesmo período de 2024. Só em abril, o montante alcançou US$ 15,03 bilhões, um aumento de 0,4% sobre abril do ano anterior.

O agronegócio representou 49,2% das vendas externas totais brasileiras no primeiro quadrimestre de 2025, consolidando sua liderança frente a outros setores. No primeiro trimestre, o superávit setorial atingiu US$ 32,6 bilhões, com alta de 2,1%.

Principais produtos exportados

A pauta de exportação do agronegócio segue concentrada em commodities tradicionais, mas também ganha força com a diversificação de produtos. Entre os destaques estão:

  • Soja em grãos, farelo e óleo, compondo o complexo soja grãos, farelo e óleo.
  • Carnes bovina, de frango e suína, com forte demanda asiática e europeia.
  • Café verde e industrializado, impulsionado por mercados premium.
  • Celulose e papel, refletindo crescimento na indústria de materiais sustentáveis.

Em abril de 2025, a soja em grãos bateu recorde de 15,27 milhões de toneladas embarcadas, gerando receita de US$ 5,9 bilhões, apesar da queda de 9,7% no preço médio. A produção prevista para o ano é de 171,7 milhões de toneladas, com exportação estimada em 106,1 milhões.

O setor de carnes, por sua vez, registrou crescimento expressivo: a carne bovina in natura alcançou US$ 1,1 bilhão em março (+40,1%), enquanto a carne de frango somou US$ 772,3 milhões, alta de 9,6%.

Destinos e mercados estratégicos

Os principais compradores dos produtos brasileiros continuam sendo China, União Europeia e Estados Unidos, que juntos respondem por mais da metade das vendas externas do setor. No entanto, mercados asiáticos emergentes apresentam crescimento acelerado:

  • Vietnã, Indonésia e Bangladesh aumentam importações de soja e celulose.
  • Turquia e países do Oriente Médio ampliam demanda por carnes e cítricos.
  • União Europeia reforça importações de café premium e produtos florestais certificados.

Inovação, sustentabilidade e futuro

Para manter a competitividade, o agronegócio brasileiro investe em tecnologia e inovação de ponta, incluindo uso de inteligência artificial, drones e biotecnologia. A rastreabilidade e as certificações de sustentabilidade ganham espaço, alinhando produção e preservação ambiental.

Cadeias produtivas com foco em diversificação de produtos não tradicionais aumentam a resiliência frente a volatilidades de preço e clima. Produtos como óleo de milho, gelatinas, rações para pets e óleos essenciais de frutas ganham relevância na pauta exportadora.

  • Certificações verdes e prática de baixo carbono.
  • Parcerias público-privadas para pesquisa e desenvolvimento.
  • Estratégias de agregação de valor e mercado premium.

Impacto socioeconômico

Com responsabilidade socioambiental e rastreabilidade como pilares, o agronegócio gera milhares de empregos diretos e indiretos, especialmente no Centro-Oeste, Sul e Nordeste. O setor impulsiona a infraestrutura, fomenta investimentos em transporte e fortalece a cadeia de pequenos e médios produtores.

Os superávits consecutivos e robustos tornam o agronegócio peça-chave para o equilíbrio da balança comercial e para a estabilidade macroeconômica. Além disso, o segmento incentiva o desenvolvimento tecnológico e a inclusão social em regiões tradicionalmente menos desenvolvidas.

Desafios e perspectivas

Embora o cenário seja promissor, existem desafios que exigem atenção constante: a volatilidade nos preços internacionais, as mudanças climáticas e as barreiras regulatórias. Em resposta, o setor aposta no fortalecimento de instituições de pesquisa, na adoção de práticas regenerativas e no diálogo aberto com parceiros comerciais.

Para os próximos anos, as expectativas são de expansão da capacidade produtiva e de novos acordos comerciais. A consolidação de mercados de carbono e incentivos ambientais pode agregar valor às exportações e fortalecer ainda mais a posição do Brasil no comércio global.

Em suma, o agronegócio brasileiro reafirma sua liderança por meio de estratégias sólidas, investimentos em tecnologia e compromisso com a sustentabilidade. Esses fatores combinados garantem não apenas números impressionantes, mas também um legado de inovação e desenvolvimento para as próximas gerações.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro