Investir em fundos exige muito mais do que acompanhar os retornos recentes. Para tomar decisões sólidas e conscientes, é fundamental estudar dados de longo prazo e entender o comportamento passado dos gestores.
Os primeiros fundos de investimento surgiram no Brasil na década de 1950. Em 1952, o Valéria Primeira, do grupo Deltec, foi formalmente o pioneiro. Logo depois, em 1954, nasceu o Fundo Brasil e, em 1957, o Crescinco, resultado da parceria entre o grupo Rockefeller e a Deltec.
A regulamentação foi decisiva para a expansão. A Portaria nº 309, de 1959, permitiu a constituição de fundos em condomínio, abrindo caminho para novos produtos nos anos seguintes. Entre 1960 e 1961, surgiram o Atlântico e o Condomínio Deltec, representando a consolidação dessa indústria emergente.
Nas últimas décadas, o mercado de fundos de investimento se especializou e diversificou. Até 2007, havia 6.276 fundos registrados pela ANBID, com um patrimônio agregado de R$ 1,507 trilhão. As categorias de maior representatividade eram ações, cambial, dívida externa, multimercado e referenciados.
Entre 2008 e 2014, os fundos ganharam destaque entre investidores institucionais, como seguradoras e fundos de pensão, movimentando parcela expressiva da riqueza nacional. Apesar de minoritários em volume, os fundos estruturados tiveram crescimento expressivo.
Um estudo que analisou 1.243 fundos de ações entre 1996 e 2019, com mais de 125 mil observações mensais, mostrou que apenas 62% superaram o benchmark IBOVESPA. Isso evidencia que nem todos os gestores conseguem entregar valor acima do índice de referência.
Além disso, o desvio padrão dos retornos dos fundos é, em média, três vezes maior que o retorno médio anual, revelando alto nível de volatilidade histórica. A correlação com o IBOVESPA é elevada (0,967), indicando que os fundos tendem a seguir as tendências do mercado de ações, embora apresentem dispersão de resultados.
Antes de investir ou aumentar aportes, é crucial adotar uma análise estruturada. Os principais fatores a considerar incluem:
O ambiente regulatório brasileiro é rígido, garantindo transparência e segurança para os cotistas. A CVM e a ANBIMA definem regras claras sobre liquidez, divulgação de dados e limites para operações de maior risco.
Os fundos são classificados nas seguintes categorias principais:
Para ilustrar a dimensão do mercado e o comportamento histórico, veja abaixo os principais indicadores:
Esses números oferecem uma base sólida para comparações e análises de desempenho no longo prazo, mostrando tendências e riscos associados.
Depois de avaliar o histórico, é hora de definir uma estratégia de aporte alinhada ao seu perfil e objetivos. Considere:
Ao seguir essas etapas, você maximiza as chances de obter resultados consistentes e evita surpresas desagradáveis em momentos de alta volatilidade.
Em suma, analisar o histórico dos fundos é uma prática indispensável para qualquer investidor que busca solidez e segurança. Invista tempo na leitura de relatórios, no acompanhamento de métricas e na comparação entre gestores. Dessa forma, suas decisões serão embasadas, aumentando a probabilidade de sucesso nas aplicações.
Referências