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CRA e CRI: O Potencial dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio e Imobiliários

CRA e CRI: O Potencial dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio e Imobiliários

30/06/2025 - 07:16
Matheus Moraes
CRA e CRI: O Potencial dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio e Imobiliários

Os certificações de recebíveis têm ganhado destaque no mercado financeiro brasileiro, oferecendo alternativas sólidas de investimento.

Conceitos Fundamentais

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) surgem como títulos de renda fixa securitizados.

Esses instrumentos são emitidos por securitizadoras, que transformam direitos creditórios em ativos negociáveis e oferecem a investidores a chance de participar de fluxos de caixa futuros.

Funcionamento dos Títulos

O processo de securitização envolve diversos atores e etapas, fundamentais para garantir a segurança e a transparência das operações.

  • Papel da securitizadora na emissão: aquisição dos recebíveis e criação dos títulos.
  • Transformação de direitos creditórios: consolidação de contratos de crédito em papeis negociáveis.
  • Gestão do fluxo de pagamentos: administração dos recursos recebidos dos devedores.
  • Distribuição a investidores: colocação dos títulos no mercado primário e secundário.

Os investidores recebem remuneração por meio de juros prefixados ou atrelados a índices, como o IPCA e o CDI.

Esses papéis podem ser negociados no mercado secundário, especialmente pela B3, aumentando a liquidez para os investidores.

Diferenças e Comparações

Apesar de ambos seguirem a mesma lógica de securitização, CRA e CRI atendem setores distintos, com características específicas.

Essa distinção reflete as diferentes necessidades de capital e prazos de cada setor, impactando o perfil de risco e retorno.

Importância para a Economia

O agronegócio responde por cerca de 25% do PIB nacional, enquanto o mercado imobiliário impulsiona urbanização e infraestrutura.

Os CRAs permitem antecipar recursos para produtores, superando limitações de crédito bancário e promovendo maior eficiência na produção agrícola.

Já os CRIs viabilizam financiamento de grandes projetos de construção, estimulando o setor de habitação e gerando empregos.

Volume e Crescimento do Mercado

Emissões anuais de CRAs e CRIs já ultrapassam dezenas de bilhões de reais, com tendência de expansão constante.

Aspectos como isenção de imposto de renda e diversificação estratégica atraem investidores em busca de proteção tributária e ganhos acima da média.

Reformas regulatórias e o avanço das fintechs têm potencializado o acesso de pequenas e médias empresas a esses instrumentos.

Vantagens para o Investidor

  • Diversificação do portfólio através de exposição a dois setores relevantes da economia.
  • Rentabilidade atrativa em comparação com investimentos tradicionais, especialmente com isenção de IR.
  • Acesso a diferentes prazos e modalidades de remuneração, conforme perfil de risco.
  • Facilidade de negociação no mercado secundário, garantindo liquidez.

Essas vantagens consolidam CRA e CRI como alternativas sólidas para investidores conservadores e moderados.

Riscos Envolvidos

  • Ausência de cobertura FGC, o que exige análise criteriosa da contraparte.
  • Risco de crédito associado à capacidade de pagamento do devedor original.
  • Risco de liquidez em mercados secundários, especialmente em cenários de estresse.
  • Risco de mercado relacionado a oscilações de taxas e índices de referência.

Uma avaliação cuidadosa das garantias e histórico dos emissores é essencial para mitigar potenciais perdas.

Tendências e Desafios

O crescimento do mercado de recebíveis depende de avanços em governança, transparência e acesso democratizado.

Esforços para incluir pequenos produtores rurais e incorporadoras emergentes podem ampliar significativamente o alcance dos CRAs e CRIs.

A adoção de garantias adicionais, como privilégios especiais e avais, reforça a confiança do investidor.

Considerações Finais e Ética/Compliance

A regulação pela CVM e demais órgãos competentes garante segurança jurídica e transparência às operações de securitização.

Investidores devem sempre avaliar o perfil de risco, analisar relatórios de due diligence e considerar cenários macroeconômicos antes de tomar decisões.

Com entendimento profundo de funcionamento, vantagens e riscos, CRAs e CRIs podem se tornar pilares de uma carteira estratégica e alinhada a objetivos de longo prazo.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes