No cenário financeiro brasileiro, o open banking emergiu como força disruptiva, conectando dados, serviços e pessoas de forma jamais vista. Em apenas quatro anos de vigência, esse modelo se tornou referência global, transformando práticas tradicionais e estimulando a nova geração de soluções digitais.
A regulamentação pioneira do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional lançou as bases para um ecossistema robusto e aberto, onde instituições de diversos tamanhos podem competir e colaborar. Desde 2021, o Brasil experimenta fases de implementação que ampliaram gradualmente o escopo de compartilhamento de informações e transações.
Com apoio de mecanismos de autorregulação e supervisão intensa, o open banking brasileiro ganhou corpo e respeito internacional. Hoje, é celebrado como o maior ecossistema do mundo na categoria, segundo a Febraban.
O cronograma estabelecido pela Resolução Conjunta nº 1/20 definiu quatro etapas para o roll-out do sistema. Cada fase trouxe novos desafios e oportunidades, exigindo dos participantes investimentos em tecnologia e mudança cultural.
Essa progressão ordenada permitiu maturar a infraestrutura, proteger o usuário final e alinhar expectativas do mercado.
Os indicadores mais recentes evidenciam o vigor do open banking no país. O volume de usuários, transações e investimentos impressiona pela velocidade do crescimento.
Em janeiro de 2025, registrou-se 62 milhões de consentimentos ativos, salto considerável frente aos 43 milhões de 2024. A plataforma processa hoje 2,3 bilhões de transações bem-sucedidas a cada semana, reflexo do amadurecimento e da confiança conquistada.
Para sustentar esse fluxo, foram aplicados R$ 2 bilhões em infraestrutura e desenvolvimento, investimento que reforça a segurança, a escalabilidade e a inovação contínua do sistema.
O acesso compartilhado a dados bancários que antes eram monopólio de grandes instituições estimulou o surgimento de novos negócios. Fintechs e bancos digitais aproveitaram o terreno fértil para oferecer serviços personalizados, ágeis e de baixo custo.
Empresas como Nubank, C6 Bank e Banco Inter abriram sua base de clientes, pressionando bancos tradicionais a modernizar processos e investir em experiência do usuário. O resultado é um mercado financeiro mais diversificado, onde a velocidade da inovação virou diferencial estratégico.
Esse movimento promoveu a verdadeira democratização de crédito, financiamentos e soluções de pagamento, impactando positivamente a vida de consumidores e pequenos negócios em todas as regiões do país.
Os ganhos para usuários finais e empresas são amplos, indo muito além da simples troca de informações. A integração de serviços financeiros em plataformas cotidianas cria novos modelos de negócio e experiências mais ricas.
Casos práticos incluem aplicativos de gestão financeira que conectam múltiplas contas e permitem prognósticos de fluxo de caixa, além de marketplaces que simulam empréstimos em diferentes instituições com um único clique.
A experiência do cliente se torna mais fluida, com jornadas totalmente digitais, suporte proativo e ofertas que se adaptam ao perfil e aos objetivos de cada usuário.
Apesar dos avanços, alguns obstáculos ainda merecem atenção. A expansão para áreas menos urbanizadas, a defesa contra fraudes e a interoperabilidade entre sistemas heterogêneos são pontos críticos.
Para mitigar essas lacunas, o setor aposta em inteligência artificial para detecção de fraudes, redes 5G para ampliar a conectividade e iniciativas de capacitação digital voltadas a populações vulneráveis.
O futuro aponta para expansão para seguros, previdência e câmbio, consolidando o Open Finance como conceito amplo que vai além do universo bancário. A integração de dados e serviços finaceiros será a base para soluções ainda mais avançadas, como consórcios digitais, crédito ponto a ponto e serviços de consultoria financeira baseados em dados em tempo real.
Com a maturidade do mercado, espera-se o fortalecimento de parcerias entre instituições, startups e players de tecnologia, criando um ecossistema colaborativo que beneficia toda a sociedade.
O open banking no Brasil já não é apenas tendência, mas realidade consolidada. Ele redefiniu práticas, elevou o nível de competitividade e presenteou consumidores com autonomia e transparência sem precedentes.
Ao fortalecer a inovação e a inclusão, esse modelo ganha força para liderar a próxima revolução financeira global. Para instituições, empreendedores e clientes, a mensagem é clara: o futuro do mercado financeiro será aberto, colaborativo e orientado por dados.
Referências