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O crescimento dos fundos passivos no Brasil

O crescimento dos fundos passivos no Brasil

11/09/2025 - 07:16
Fabio Henrique
O crescimento dos fundos passivos no Brasil

Nos últimos anos, o mercado financeiro brasileiro testemunhou uma mudança profunda em seus hábitos de investimento. Com a digitalização acelerada e a busca por soluções mais eficientes, os fundos passivos ganharam protagonismo.

Esse movimento não é apenas reflexo de uma tendência global, mas também de fatores locais, como a Selic elevada e o maior acesso a plataformas digitais. Entender esse fenômeno é fundamental para investidores e gestores.

Panorama atual dos fundos passivos

Em 2024, o patrimônio líquido total dos fundos no Brasil superou R$ 9 trilhões. Dentro desse montante, os produtos passivos — ETFs, fundos de índice e referenciados — registraram crescimento expressivo.

Enquanto os fundos ativos lutam pela geração de alfa, os fundos passivos conquistam novos cotistas com sua estratégia simples: replicar índices como Ibovespa, IFIX e benchmarks de renda fixa. Essa abordagem tem atraído especialmente investidores de varejo.

Fatores que impulsionam a adoção dos fundos passivos

Vários elementos convergiram para o crescimento acelerado dos fundos passivos no Brasil, tornando-os opção preferida por quem busca eficiência e praticidade.

  • taxas de administração extremamente baixas, menor custo operacional para o investidor;
  • rentabilidade consistente e baixa volatilidade em cenários de juros elevados;
  • digitalização e popularização de investimentos via aplicativos e plataformas online;
  • perfil do investidor brasileiro mais diversificado, em busca de simplicidade e diversificação;
  • novos caminhos de democratização de investimentos promovidos por ajustes regulatórios da CVM e Banco Central.

Comparação entre fundos passivos e fundos ativos

Para compreender melhor o impacto, é útil observar, de forma objetiva, as diferenças principais entre fundos passivos e fundos ativos.

Essa comparação reforça como a estratégia passiva se adequa ao investidor que prioriza previsibilidade e custo reduzido, sobretudo em renda fixa e fundos imobiliários.

Perfil e evolução do investidor

O cotista típico de fundos passivos tem se tornado cada vez mais jovem e conectado. Hoje, muitos utilizam plataformas digitais para investir com autonomia, sem depender exclusivamente de assessores.

Além disso, a educação financeira crescente, oferecida por influenciadores e instituições, contribui para que investidores de varejo entendam rapidamente conceitos de índices, taxas e riscos.

Com isso, o número de cotistas de ETFs e fundos referenciados dobrou entre 2021 e 2024, sinalizando que a simplicidade e a transparência são fatores decisivos no processo de escolha.

Desafios e tendências futuras

Apesar do crescimento, existem obstáculos a serem superados e oportunidades a serem exploradas no segmento de fundos passivos no Brasil.

  • Manter a atratividade em um cenário de juros em queda e maior volatilidade internacional.
  • Ampliar a oferta de produtos temáticos e setoriais, como agronegócio e infraestrutura.
  • Aprimorar a educação financeira para consolidar o entendimento sobre riscos e benefícios.
  • potencial entrada de gestoras internacionais, aumentando a concorrência e inovação.
  • Desenvolver ETFs ESG e de renda fixa dinâmica, alinhados a tendências globais.

Conclusão: perspectivas para o futuro

O crescimento dos fundos passivos no Brasil reflete uma transformação cultural no mercado financeiro, marcada pela busca por eficiência, transparência e custo reduzido.

Com base em números robustos e na evolução do perfil do investidor, é possível afirmar que esse segmento continuará a ganhar espaço, diversificando ainda mais o ecossistema de investimentos no país.

Para investidores e gestores, o momento é de aproveitar o impulso atual, observando as tendências regulatórias e de mercado, e alinhando estratégias para um cenário cada vez mais sofisticado.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique