O Brasil vive um momento de renovação e esperança no setor de turismo, impulsionado por um público ávido por retomar experiências de viagem e reconectar-se com destinos nacionais.
Após anos de restrições, o setor turístico brasileiro atravessa um ciclo decisivo de retomada em 2025. A combinação de fatores econômicos, sociais e de investimento público e privado vem sustentando um cenário positivo que se traduz em números e expectativas otimistas.
Em 2024, o país registrou um crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior, resultado de uma forte demanda reprimida por viagens e de políticas de incentivo a novos roteiros e infraestrutura. Para 2025, as projeções indicam uma continuidade desse movimento, reforçada por investimentos em projetos de modernização de aeroportos, rodovias e portos, além de iniciativas que valorizam a sustentabilidade.
Os dados mais atuais refletem o dinamismo do setor:
Em 2023, foram registradas 21,1 milhões de viagens no total, sendo 97% delas realizadas internamente, um salto de 71,5% em comparação a 2021. No primeiro semestre de 2025, o Brasil contabilizou mais de 4,8 milhões de turistas internacionais, gerando mais de US$ 6 bilhões em receita — um aumento superior a 50% em relação a 2024.
O setor também sustenta mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos, reafirmando sua relevância para a geração de renda e para a diversificação da economia nacional.
O distanciamento social deixou marcas profundas no comportamento do viajante. Hoje, observa-se um consumidor mais consciente e seletivo, em busca de qualidade, segurança e respeito ao meio ambiente.
Essa mudança de perfil reflete uma tendência de equilíbrio entre descanso e vivência cultural, em que o turista deseja tanto relaxar quanto mergulhar na história e nos costumes locais.
Para manter o ritmo de expansão, destinos e empresas precisam investir em inovação, sustentabilidade e diversificação de ofertas. Alguns segmentos despontam como grandes oportunidades:
Além disso, a introdução de tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial tem potencial para oferecer roteiros personalizados e enriquecer a experiência do visitante, seja por meio de aplicativos de orientação, tradução simultânea ou guias virtuais.
Embora o cenário seja promissor, persistem gargalos que exigem atenção:
O Brasil enfrenta infraestrutura deficiente e desafios logísticos em sua malha de transporte, com limitações aéreas e rodoviárias que encarecem deslocamentos e atrasam projetos de expansão. A competitividade internacional ainda é impactada pelo alto custo de passagens e pela concentração de voos em poucos aeroportos.
Parcerias públicas e privadas são essenciais para superar esses obstáculos, seja através da modernização de terminais, seja pela construção de novas vias ferroviárias e expansão de linhas hidroviárias.
No contexto sul-americano, o Brasil figura como líder em número de visitantes estrangeiros e receita gerada. Globalmente, compartilha destaque com países como a Polônia, que também experimenta recordes de receitas turísticas pós-pandemia.
Essas experiências internacionais reforçam a importância de políticas integradas que aliem fomento financeiro, treinamento de mão de obra e promoção de marca-país, garantindo uma oferta turística competitiva e sustentável.
O momento atual representa uma janela de oportunidade para consolidar o turismo nacional como alicerce de desenvolvimento socioeconômico. Seja para gestores públicos, operadores turísticos ou viajantes, é fundamental:
Em síntese, a combinação de demanda reprimida, inovação e compromisso com a sustentabilidade desenha um futuro promissor para o turismo no Brasil. Cabe a cada ator do setor contribuir para que essa recuperação se transforme em crescimento perene, levando a economia e a cultura brasileiras a novos horizontes.
Referências