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Priorize investimentos em educação e capacitação

Priorize investimentos em educação e capacitação

25/05/2025 - 23:19
Maryella Faratro
Priorize investimentos em educação e capacitação

O futuro de uma nação está diretamente ligado à qualidade de sua educação e à formação de seus cidadãos. No Brasil, embora o investimento em educação represente cerca de 5,1% do PIB, os desafios ainda são imensos. É urgente debater como alocar melhor os recursos e estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento de gerações futuras.

Este artigo explora números, programas, gargalos e recomendações para elevar o patamar educacional nacional.

Situação atual dos investimentos públicos

O orçamento federal previsto para a função Educação em 2025 é de R$ 178,42 bilhões, apenas 1% acima do valor destinado em 2024 (R$ 176,5 bilhões). Desse montante, o Fundeb receberá R$ 58,15 bilhões, valor cerca de R$ 6 bilhões superior ao ano anterior.

Já o programa Salário-Educação destinará R$ 35,5 bilhões à educação básica pública, recursos oriundos de uma contribuição de 2,5% sobre a folha de empresas. Em 2024, o gasto federal em educação básica foi de R$ 60,33 bilhões, alta de apenas 2,6% em relação a 2023.

Comparação internacional e metas do PNE

O Brasil destina cerca de 5,1% do PIB à educação, percentuais próximos aos de países como Suécia e Nova Zelândia. Contudo, o valor por aluno é significativamente inferior devido ao tamanho da população e ao PIB nominal abaixo de nações mais ricas.

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu a meta de investir 10% do PIB até 2024, mas essa ambição ainda não foi alcançada, refletindo-se na baixa capacidade de expansão de infraestrutura e programas de formação.

Programas e políticas recentes

Nos últimos anos, iniciativas como o programa Pé-de-Meia receberam R$ 1 bilhão em 2025, o que equivale a apenas 8% do custo anual estimado para atender todas as demandas de incentivo ao primeiro emprego.

Na esfera superior, foram ofertadas mais de 261 mil vagas em 6.851 cursos de graduação em 124 instituições públicas federais. A expansão das matrículas em tempo integral ganhou força com 1 milhão de novas vagas desde 2023 e previsão de 943 mil vagas adicionais em 2024–2025, com investimento estimado de R$ 4 bilhões.

Gargalos e desafios

A estagnação do investimento real compromete a qualidade do ensino. Parte dos recursos não é vinculado diretamente à manutenção e desenvolvimento de ensino, afetando equipamentos, laboratórios e capacitação docente.

O cenário fiscal restrito dificulta saltos maiores de financiamento, e as reformas estruturais para reduzir desigualdades regionais e sociais ainda esbarram em limitações orçamentárias e na complexa articulação entre entes federativos.

Educação como vetor de desenvolvimento social e econômico

Investimentos robustos em educação reduzem desigualdades, elevam o potencial de renda futura e qualificam a força de trabalho. Nações que priorizaram a capacitação colheram ganhos em produtividade, inovação e renda per capita.

Ao formar cidadãos críticos e preparados, o país fortalece sua competitividade global e fecunda um ciclo virtuoso de crescimento e inclusão.

O papel da capacitação e da transversalidade

A formação técnica e a capacitação profissional devem ser integradas desde a educação básica, com temas como educação financeira, empreendedorismo e sustentabilidade. Essa abordagem prepara jovens para o mercado de trabalho e estimula o desenvolvimento de competências inovadoras.

Políticas voltadas a capacitação de professores são essenciais para disseminar metodologias ativas, incentivar o uso de tecnologias educacionais e criar um ambiente de aprendizagem adaptável.

Perspectivas e recomendações para o futuro

  • Cumprir a meta do PNE e ampliar progressivamente o investimento para 10% do PIB.
  • Vincular recursos à formação de professores, infraestrutura escolar e inovação tecnológica.
  • Integrar políticas de educação a programas de geração de emprego e inovação.
  • Fomentar a colaboração entre União, estados e municípios para otimizar a aplicação dos recursos.
  • Estimular iniciativas privadas e parcerias público-privadas em projetos de educação profissional.

Conclusão

Priorizar investimentos em educação e capacitação não é apenas uma questão de orçamento; é um compromisso com o futuro do Brasil. Ao direcionar recursos de forma estratégica e sustentável, é possível elevar a qualidade do ensino, reduzir desigualdades e preparar cidadãos para os desafios de um mundo em constante transformação.

É chegado o momento de unir esforços, cumprir metas e colocar a educação no centro das políticas públicas, garantindo assim um desenvolvimento sustentável e equitativo para toda a nação.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro